

O abate de bovinos em Mato Grosso do Sul registrou alta de 13,8% no ano passado e chegou a 3,7 milhões de cabeças, cerca de 457 mil animais a mais do que em 2023 – que registrou 3,31 milhões. É o maior número de bovinos abatidos no Estado desde 2014, quando foi registrado o abate de 3,93 milhões de cabeças. Os números são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No Brasil, foram abatidas, no ano passado, 39,2 milhões de cabeças de bovinos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária, com aumento de 15,2% frente ao ano anterior. As informações são do Correio do Estado.
Os acréscimos mais expressivos ocorreram em Mato Grosso (1,1 milhão de cabeças), Minas Gerais (670,2 mil), São Paulo (558,6 mil), Pará (551,4 mil), Goiás (472,6 mil) e Mato Grosso do Sul (456,8 mil). Em contrapartida, a única queda registrada ocorreu no Rio Grande do Sul (153,50 mil cabeças).
Mato Grosso do Sul continua como o quarto estado com maior abate de bovinos entre as unidades da federação, com 9,6% da participação nacional. Mato Grosso lidera, com 18,1% da participação nacional, seguido por Goiás (10,2%) e São Paulo (10,2%).
ABATE DE FÊMEAS CRESCE
Segundo boletim do Sistema de Inteligência e Gestão Territorial da Bovinocultura de Corte de Mato Grosso do Sul (Sigabov), coordenado pela Federação de Agricultura e Pecuária (Famasul), no ano passado, o Estado abateu 3,9 milhões de cabeças, um crescimento de 12% em relação a 2023. Os números são da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro). Desse total, 1,8 milhão de animais foram fêmeas.
O indicador mostra que, desde 2014, o ano de 2024 registrou o terceiro maior abate de fêmeas, atrás apenas de 2019 e 2014. Além disso, o abate de fêmeas no ano passado foi 37% superior ao número de abate de fêmeas em 2021, ano com menor abate de vacas desde 2014.
No ano passado, segundo o Sigabov, praticamente metade das fêmeas abatidas no período tinham mais de 36 meses, ou seja, animais em plena maturidade reprodutiva.
Neste ano, o abate de fêmeas no Estado já é 24% maior do que a média de abate de fêmeas dos últimos cinco anos.
O abate de fêmeas neste primeiro bimestre foi 12% maior do que no primeiro bimestre do ano passado. Até o momento, neste ano, abateu-se 4% a menos de fêmeas do que em 2019, ano com o maior número de abate da categoria.
No Brasil, segundo a consultoria Agrifatto, a participação de fêmeas sobre o total abatido – de 39,2 milhões de cabeças – atingiu 43% em 2024, o maior índice desde 2006 e 3,52 pontos porcentuais acima da média dos últimos 15 anos, de 39,51%.
RISCO
Análise feita pelo Sigabov, a partir de preços coletados em leilões pelo Estado, mostra que o aumento nos preços das novilhas e das vacas magras no início deste ano pode indicar um ciclo de retenção de matrizes, em que os pecuaristas buscam recompor o plantel para aumentar a produção de bezerros.
No entanto, a alta recente no abate de fêmeas pode ser um sinal de que esse movimento está sendo apenas revisado, o que pode impactar a oferta futura de bezerros.
Se o abate de fêmeas permanecer alto, isso pode limitar a oferta de bezerros nos próximos anos, pressionando a oferta de boi gordo no futuro e sustentando os preços da reposição.
Editado por Roberta Cáceres