A seca severa que começou em 2023 persiste em 2024, afetando 59% do território nacional, uma área de aproximadamente 5 milhões de quilômetros quadrados.
O impacto é mais severo nos biomas Amazônia, Cerrado e Pantanal, que enfrentam a pior estiagem desde 1950, de acordo com o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais). Mato Grosso do Sul, especialmente a região do Pantanal, é uma das áreas mais afetadas.
Dados do Cemtec/MS (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), ligado à Secretaria de Meio Ambiente, apontam que 31 dos 45 municípios sul-mato-grossenses analisados em julho de 2024 registraram chuvas muito abaixo da média histórica. Desde 2019, o Pantanal enfrenta secas severas e prolongadas, agravadas por três episódios consecutivos de El Niño, fenômeno que aquece as águas do Oceano Pacífico e altera o regime de chuvas globalmente.
O estudo também destaca que, em 2024, o Rio Paraguai, que cruza o Pantanal, atingiu níveis históricos alarmantes. Na estação fluviométrica de Ladário, foi registrado o menor nível de sua história em outubro: -69 centímetros. Porto Murtinho também bateu recorde negativo, com o rio marcando apenas 53 centímetros.
Segundo o Cemaden, as secas de 2015-2016 e 1997-1998, que afetaram respectivamente 54% e 42% do território brasileiro, já eram alarmantes. No entanto, a estiagem atual supera ambas em abrangência e impacto.
O Cemtec/MS prevê que as chuvas em Mato Grosso do Sul fiquem próximas ou dentro da média histórica durante a primavera, que termina em dezembro. No entanto, as temperaturas devem permanecer acima da média, intensificando o risco de incêndios florestais, especialmente no Pantanal e na região sudoeste do estado.
Em resposta à crise, o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) emitiu alertas para riscos ambientais e operacionais.
Editado por Roberta Cáceres