Adolescente pode perder movimento do tornozelo
Assustada e com medo: Assim está a mãe do adolescente de 12 anos ferido a tiros por um policial militar em Nova Andradina, a 297 quilômetros de Campo Grande, no dia 1º deste mês. O adolescente pode perder os movimentos do tornozelo, segundo a informação dos médicos passada para a mãe.
O Jornal Midiamax não revelará o nome da mãe e nem do adolescente para preservar a identidade da vítima, como preconiza o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
Segundo a mãe do menino, ela e o marido já estavam deitados no quarto quando o avô do adolescente ligou avisando do que havia acontecido. “Saímos desesperados correndo para o hospital”, disse a mulher. Quando a família chegou ao hospital, foi infirmada por um dos policiais que participou da abordagem que o garoto teria sido ferido com bala de borracha.
A mãe conta que os policiais não explicaram detalhes do ocorrido. Foi o médico da unidade de saúde que confirmou para a mãe que o filho dela estava ferido com projétil de arma de fogo, e não bala de borracha. Ainda segundo a mulher, os médicos disseram que o garoto pode perder os movimentos do tornozelo. Ele recebeu alta nesta quinta-feira (4), e já está em casa.
Para ela, o filho contou que estava com outros amigos andando de bicicleta quando a viatura da PM passou por eles, os meninos dizem que seguiram com o passeio. Nisto a viatura policial passou novamente e parou em uma esquina da avenida.
Conflito de versões
Quando os meninos se aproximaram, os policiais mandaram eles embora os chamando de ‘vagabundos’, segundo conta a família. Já na versão da polícia, registrada em boletim de ocorrência, os militares contaram que os garotos estavam em atitude suspeita, como se fossem praticar furtos em lojas.
E os policiais sustentam que quando deram ordem de parada aos adolescente, foram xingados de ‘vagabundos’ pelos adolescentes. O disparo aconteceu logo depois e, segundo a mãe do menino, o tiro veio depois que o filho retrucou o policial dizendo que não era ‘vagabundo’.
Ainda de acordo com a mãe do adolescente, logo após o disparo, o policial pegou o celular do filho. Já na versão da polícia registrada em BO, o militar disparou a arma quando a vítima colocou a mão na cintura e achou-se que ele estaria armado e só depois foi constatado que era um celular.
“Por que não levaram para a delegacia ou para casa?”, questiona a mãe do adolescente, “para que atirar?”. Ainda segundo a mãe do adolescente, ele terá de fazer acompanhamento psicológico, já que está traumatizado.
A família procurou o Ministério Público para pedir providências e o policial que fez o disparo foi afastado das ruas e colocado para fazer serviços administrativos.
Corregedoria vai apurar
Segundo a PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul) informou na tarde de quarta (3), “o policial foi realocado para funções administrativas internas até que o procedimento administrativo seja concluído”.
Ainda de acordo com a corporação, um IPM (Inquérito Policial Militar) foi instaurado na Corregedoria-Geral da PMMS para investigar a conduta do policial.
Relembre o caso
O disparo aconteceu durante uma abordagem policial do 8º BPM (Batalhão da Polícia Militar) na cidade a 298 quilômetros de Campo Grande. Segundo a versão registrada pelos policiais, o adolescente estaria em ‘atitude suspeita’.
A polícia informou que uma equipe policial encontrou um grupo de adolescentes andando de bicicleta. Ao verem os policiais, os jovens teriam supostamente adotado atitude suspeita. A equipe conseguiu parar dois deles.
No entanto, durante o procedimento, o garoto acabou levando um tiro disparado pelo policial militar.
O adolescente foi socorrido em uma unidade médica de Nova Andradina, a 298 quilômetros de Campo Grande. Depois, ainda foi levado pelos policiais para a delegacia de Polícia Civil.
Fonte: jornal midiamax/uol.