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A Rússia emitiu uma ordem de busca e captura em seu território
contra a primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, e contra funcionários de
alto escalão e deputados desse país e também da Letônia, Lituânia e Polônia.
Ao comentar
a situação durante coletiva de imprensa nesta terça-feira (13), o porta-voz do
Kremlin, Dmitry Peskov, acusou os países bálticos de “ações hostis contra a
memória histórica” da Rússia.
Segundo o jornal digital “Mediazona”, que teve acesso à base de
dados do Ministério do Interior russo,
o motivo da ação seria a retirada, em agosto de 2022, do tanque soviético T-34
da cidade de Narva, na fronteira com a Rússia, juntamente com a retirada de outros
monumentos soviéticos.
A primeira-ministra
da Estônia, Kaja Kallas Kallas, tem 46 anos e está entre as vozes mais fortes
dentro da União Europeia (UE) e da OTAN a favor do fornecimento de armas à
Ucrânia e do endurecimento das sanções contra a Rússia.
Em janeiro
de 2021, Kallas também se tornou a
primeira mulher a chefiar o governo do país báltico, cargo que renovou quando
seu partido venceu as eleições legislativas em março do ano passado. Além dela,
o secretário de Estado da Estônia, Taimar Peterkop, virou alvo de uma ordem de
busca e captura na Rússia.
Outro nome citado pelo jornal “Medizona” é do ministro da
Cultura da Lituânia, Simonas Kairys, além de 59 dos 68 deputados do Parlamento da
Letônia por votarem a favor da denúncia do tratado com a Rússia para conservação
de monumentos.
O desmantelamento de um monumento soviético na capital Riga também
fez com que 15 deputados e os ex-ministros do Interior, das Finanças, da
Justiça e da Agricultura da Letônia entrassem na lista.
Já entre os
dirigentes poloneses com emissão de busca e captura estão o prefeito da cidade
de Walbrzych, Roman Szelemej, e o presidente do Instituto de Memória Nacional,
Karol Navrotsky, segundo informações do “Medizona”.
O que diz o Ministério das Relações Exteriores russo
“Pelos
crimes contra a memória daqueles que libertaram o mundo do nazismo e do
fascismo, devemos responder! Isto é apenas o começo!”, destacou Maria
Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, no seu canal
no Telegram.
Desde a
queda da União Soviética (1991), essa questão tem confrontado o Kremlin e os
países bálticos que, em muitos casos, não veem o Exército Vermelho como
libertador, mas como uma força de ocupação que impôs o regime comunista em seus
países desde a Segunda Guerra Mundial.
O presidente russo, Vladimir Putin, assegurou recentemente que seu país não tem planos de invadir as três repúblicas bálticas ou a Polônia, que são membros da OTAN.
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