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© Reuters. Presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursa na 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, em Adis Abeba, na Etiópia
17/02/2024
REUTERS/Stringer
(Reuters) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva evitou neste domingo se manifestar sobre a morte do líder opositor ao governo russo, Alexei Navalny, e comparou a ação do Exército de Israel na Faixa de Gaza com a atuação do governo nazista de Adolf Hitler contra os judeus.
Em entrevista coletiva após participar da 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, em Adis Abeba, na Etiópia, Lula foi questionado sobre o fato de o governo brasileiro ainda não ter se posicionado sobre a morte de Navalny — mais destacado opositor do presidente russo, Vladimir Putin, e que teria desmaiado e morrido numa prisão do Ártico na sexta-feira, após uma caminhada, conforme a versão oficial.
“Se a morte está sob suspeita, temos que primeiro fazer uma investigação para saber do que o cidadão morreu’, afirmou Lula. “O cidadão morreu numa prisão… não sei se ele estava doente, se tinha algum problema”, acrescentou.
Lula afirmou que condenar a morte de Navalny sem uma investigação seria “banalizar” uma acusação. “Eu até compreendo os interesses de quem acuse”, acrescentou, sem se aprofundar na questão.
Países como Estados Unidos, Alemanha, França e Reino Unido condenaram a morte do opositor russo, enquanto a China — próxima ao governo Putin — se recusou a comentar até o momento.
Durante a coletiva em Adis Abeba, Lula também foi questionado sobre a intenção do Brasil de elevar as contribuições para a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês).
Ligada à ONU, a agência tem enfrentado críticas e cortes de doações de países aliados de Israel, como os Estados Unidos, após denúncias de que funcionários teriam participado dos ataques do Hamas a cidadãos israelenses em 7 de outubro.
Segundo Lula, ainda não há definição sobre a quantia que será enviada pelo Brasil à UNRWA. Ao mesmo tempo, o presidente voltou a condenar a atuação de Israel na Faixa de Gaza na guerra contra o Hamas.
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler decidiu matar os judeus”, afirmou Lula.
“O Brasil continua solidário ao povo palestino. O Brasil condenou o Hamas, mas não pode deixar de condenar o que o Exército de Israel está fazendo na Faixa de Gaza”, acrescentou, em outro momento da resposta.
FUGA DE PRESÍDIO NO BRASIL
Na entrevista, Lula também foi questionado a respeito da fuga de dois detentos do presídio federal de Mossoró (RN) na última quarta-feira. Segundo ele, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, foi a “primeira pessoa” a afirmar que seria feita uma sindicância para apurar possível participação de funcionários do presídio na fuga.
“Queremos saber como estes cidadãos cavaram um buraco e ninguém viu”, afirmou Lula. “Pode ter havido relaxamento e precisamos saber de quem”, acrescentou.
O presidente parte de Adis Abeba com destino a Brasília ainda neste domingo.
(Reportagem de Fabrício de Castro, em São Paulo)
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