3 de dezembro de 2024
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“Ainda Estou Aqui” estreia nos cinemas: quais as chances do filme no Oscar 2025?

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Selton Mello e Fernanda Torres em Ainda Estou Aqui

“Ainda Estou Aqui”um dos filmes brasileiros mais aguardados de 2024estreia nesta quinta-feira (7) nos cinemas do país. Uma série de atrativos explica burburinho em torno da produção: grande elenco (Selton Mello, Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, entre outros artistas), boas chances de indicação à categoria de melhor filme internacional no Oscar 2025 e história ambientada na ditadura militar e baseada em fatos.

+ “Ainda Estou Aqui”: Selton Mello e Fernanda Torres falam com exclusividade ao SBT

Sobre o que é “Ainda Estou Aqui”?

O filme é uma adaptação do livro autobiográfico homônimo do escritor Marcelo Rubens Paiva, também conhecido pelo romance “Feliz Ano Velho” (1982). A história narra a trajetória da mãe do autorEunice Paivana ditadura militar.

Na década de 1970, a vida dela muda repentinamente após desaparecimento do marido, o deputado Rubens Paiva, cassado, preso e torturado pelo regime. Criando filhos sozinha, ela vira ativista de direitos humanos e passa a lutar pela verdade sobre o que de fato aconteceu com seu companheiro.https://youtube-player.sbtlab.io/?videoID=YC1W3qGcBPY&t=0&adunit=/1011235/Portal_SBT/news/videos/video

Eunice é interpretada em diferentes idades por Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, filha e mãe. Já Rubens é vivido por Selton Mello (“O Palhaço”).

O talentoso elenco ainda reúne nomes como Maeve Jinkings (“O Som ao Redor”), Marjorie Estiano (“As Boas Maneiras”), Camila Márdila (“Que Horas Ela Volta?”), Dan Stulbach (“Tempos de Paz”), Humberto Carrão (“Aquarius”) e Antonio Saboia (“Deserto Particular”).

Fernanda Torres e Selton Mello em cena de "Ainda Estou Aqui" | Divulgação
Fernanda Torres e Selton Mello em cena de “Ainda Estou Aqui” | Divulgação

A direção de “Ainda Estou Aqui” é de Walter Salles, um dos cineastas brasileiros mais reconhecidos internacionalmente. Antes, colaborou com Torres em “Terra Estrangeira” (1995) e com Montenegro em seu trabalho mais conhecido e premiado, “Central do Brasil” (1998).

Currículo de Salles ainda inclui produções com outras estrelas, como “Diários de Motocicleta” (2004), com o mexicano Gael García Bernal, “Água Negra” (2005), estrelado por Jennifer Connelly, e “Na Estrada” (2012), em farto elenco liderado por Kristen Stewart.

“Ainda Estou Aqui” vai ser indicado ao Oscar? Fernanda Torres tem chance?

“Ainda Estou Aqui” foi escolhido em setembro pela Academia Brasileira de Cinema para representar o país na corrida por uma vaga na categoria de melhor filme internacional no Oscar 2025 — até 2020, era chamada de melhor filme em língua estrangeira ou melhor filme estrangeiro. Mas quais as reais chances do Brasil na disputa pela estatueta ano que vem?

A julgar pela trajetória do filme até aqui, as melhores possíveis em décadas. O longa tem atraído carinho do público, críticas favoráveis e elogios na imprensa internacional e se destacado em eventos importantes.

Na 81ª edição do Festival de Veneza, na Itália, o mais antigo do mundo e importante termômetro do Oscar, foi indicado ao Leão de Ouro e ganhou prêmio de melhor roteiro, honra dividida entre Salles e os coautores Heitor Lorega e Murillo Hauser.

Até o momento, outras vitrines relevantes incluem exibições nos festivais de Toronto (TIFF), Nova York (NYFF) e no do British Film Institute (BFI), em Londres (Inglaterra). A “turnê” deve aumentar nos próximos meses, quando a campanha se intensifica.

Walter Salles e Fernanda Torres no set de "Ainda Estou Aqui" | Divulgação
Walter Salles e Fernanda Torres no set de “Ainda Estou Aqui” | Divulgação

A história mostra que ir bem em festivais é bom sinal para ambições de estatueta. O Brasil não é indicado ao Oscar de melhor filme internacional desde “Central do Brasil” (1998), filme que venceu o prêmio máximo do Festival de Berlim (Alemanha), o Urso de Ouro, antes da dupla indicação ao Oscar 1999 — Montenegro concorreu a melhor atriz, em nomeação que segue inédita. “Ainda Estou Aqui” pode repetir esse feito justamente com a filha da veterana atriz, de recém-completados 95 anos.

A campanha para tornar “Ainda Estou Aqui” querido pelos votantes da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas também tem realçado a atuação de Fernanda Torres, lembrada positivamente pela crítica e incluída em listas de postulantes à estatueta. Não à toa, veículos que cobrem Hollywood de perto, como Deadline e Variety, apontam que ela pode ser indicada a melhor atriz.

Desde “Central do Brasil”, a vez em que o país passou mais perto da categoria de filme internacional foi no Oscar 2007, com “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias” (2006), de Cao Hamburger, que parou na shortlist — espécie de semifinal da disputa. Curiosamente, outra produção ambientada na ditadura.

Se passar para a semi, “Ainda Estou Aqui” entra de vez na briga e pode figurar entre os cinco indicados.

De 1998 para cá, filmes nacionais passaram pela cerimônia em diversas outras categorias, como “Cidade de Deus” (2002), longa de Fernando Meirelles que “furou a bolha” e teve quatro nomeações (direção, roteiro adaptado, montagem e fotografia), o documentário “Democracia em Vertigem” (2020), de Petra Costa, e a animação “O Menino e o Mundo” (2016), de Alê Abreu, ambos indicados em suas respectivas categorias.

Roberta Cáceres, com informações de Correio do Povo

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