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“Vai pra cima, Alessandro. Humilha ele”, gritava um saudoso companheiro de arquibancadas. Para muitos, o futebol é essa tourada sem sangue. No Brasil, em especial, o lance que mais mexe com a torcida é o drible desconcertante.
Na Inglaterra, por exemplo, é o escanteio que encerra toda uma cultura coletiva do jogo, mas por aqui queremos ver o adversário no chão. Nos quatro anos em que foi lateral do Athletico, Alessandro deu isso para o povo.
Unindo astúcia à força como um centauro, Alessandro foi o maior especialista no drible da vaca que já correu na Baixada contemporânea. Toca de um lado, sai pelo outro e vai pra cima; um dois, nem viu, já sumiu na neblina.
Vestiu a camisa atleticana de 2000 a 2004 em 178 jogos. Num deles deu, talvez, a assistência mais importante da história: o passe para Alex Mineiro empatar em 2 a 2 a finalíssima do Brasileirão de 2001, contra o São Caetano, minutos depois de levarmos a virada.
Tinha chegado ao clube no ano anterior com um investimento importante. Esperou por sua oportunidade até a chegada do delegado Antônio Lopes. Aproveitou-a com grandes atuações na Copa João Havelange de 2000.
Lopes saiu do CAP para assumir a supervisão da Seleção e Alessandro foi convocado em 2001 para a Copa América e participou de algumas partidas das Eliminatórias para a Copa do Mundo (de alguma forma, também é penta).
Naquele ano, também foi uma de nossas armas para conquista do título. Num lance inusitado do destino, voltou ao clube em 2015 para manter a forma e se despediu do futebol sob os aplausos da Baixada que tanto vibrou com as suas meias-luas humilhantes.
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